se lerem a pág 52 da "Noticias Sábado",o artº assinado pelo Joel Neto,vão encontar as cenas trágico realistas do nosso quotidiano que me levaram a este flashback:
oh!!eu já estive naqueles restaurantes...às vezes tenho a sensação de que não estou a ver a realidade ,mas uma cópia desfigurada da dita_os gestos imitados,os tiques mal duplicados,os modelos da roupa recriados_ a cashmira transformada em terylene,e a seda crua entretecida em nylon...assim tipo uma espécie de LOST europeu em que o Daniel Faraday em vez de Físico graduado em Oxford virou mágico no Circo da Popota.
mas que trabalho e nostalgia me dá aceitar e interpretar esta nova realidade ,duplicada e vulgarizada..
vou ali à Citânia de Briteiros e olho longa e tristemente.para os vales do Cávado e do Ave,e revejo a minha tribo com o olhar da minha imaginação_tento ignorar o som violento das motorizadas subindo do vale para a serra pelos trilhos que há séculos nós abrimos com a mãos calejadas e nuas
estou na minha V série do Lost,regresso ao futuro e não encontro o meu lugar,acordo em idades intermédias onde não sou reconhecida,encontro amigos que me desconhecem e ignoram,volto ao presente e acordo desfeita em lágrimas,procuro e não encontro a minha variavel, desconfio que o pêndulo se deslocalizou e...
sim, á hora do almoço também bebo cerveja.
e este meu gesto de levantar o copo e impregnar o lábio com a espuma é como o desenhar de um hieroglifo , o traçar de um símbolo tartéssico.
estamos fora do tempo,Joel.
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